terça-feira, 7 de julho de 2009

Deputado que atropelou dois jovens

O deputado estadual do Paraná, Fernando Ribas Carli Filho (PSB), de 26 anos, estava embriagado quando se envolveu em um acidente, na madrugada do dia 7/05, em Curitiba, provocando a morte de duas pessoas. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, apontou 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. Quando o índice igual ou superior a 6 decigramas, o nível de álcool já é considerado crime. O deputado pode ter o mandato cassado. Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no acidente. Carli Filho está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O sangue do deputado foi colhido cerca de duas horas depois dele ter deixado um restaurante, onde teria tomado quatro garrafas de vinho com alguns amigos. Comprovado que o deputado estava sob influência alcoólica no momento da colisão". Outras pessoas ouvidas pela polícia afirmaram que Carli Filho dirigia em alta velocidade, chegando a "decolar" antes de atingir o veículo ocupado pelos dois rapazes. Eles tiveram morte instantânea. O deputado recebeu 30 multas nos últimos seis anos, 23 delas por excesso de velocidade, somando 130 pontos na carteira de habilitação, que estava suspensa desde meados do ano passado.
Carli Filho responderá por duplo homicídio com dolo eventual (quando o autor assume o risco que a conduta praticada pode produzir). No dia 29/05, Carli Filho renunciou ao mandato de deputado federal. Com isso, perdeu a imunidade parlamentar e terá de responder ao processo na Justiça Comum. De acordo com o delegado, o ex-deputado afirmou que não se lembra de nada, mas que estava "muito abalado com tudo que aconteceu". "Da noite (do acidente) em si, ele não tem nenhuma lembrança. Nem de ter jantado, nem bebido, nem aonde foi e com quem", afirmou o delegado. Carli Filho ainda afirma que seu envolvimento no acidente, que matou Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo Almeida, foi uma "trágica surpresa". E conclui que aguardará "sem prerrogativas funcionais ou privilégios de qualquer ordem para receber, como cidadão comum, a sentença que as circunstâncias do fato e a sensibilidade da Justiça determinarem".
A decisão da renúncia não foi considerada uma surpresa pelo advogado, que lembra as vantagens políticas obtidas pela atitude. Dizendo, ele acaba de afastar o perigo da inelegibilidade. Se fosse cassado, seria passível de pena que inibe seus direitos políticos no futuro. Por fim, Fernando Carli Filho não dá como encerrada a sua missão: "Aos meus eleitores e a todos os demais cidadãos paranaenses pretendo, mesmo sem o mandato para representá-los, atender compromissos sociais e humanos que possam ser viabilizados com o meu esforço pessoal" para completar: "Desejo, na medida das minhas forças, ações e esperanças, continuar a merecer o carinho e a confiança que nunca me faltaram".
Analisando a repercussão do caso, na internet foram muitos sites que abordaram o acidente do deputado que acabou matando os dois jovens que estavam em outro veículo, ambos os sites com conteúdos muito parecidos, relatando o ocorrido de forma simples. A mídia (TV) em si não deu muita ênfase para esse acidente, talvez pelo motivo de que se tratava de um DEPUTADO. Agora ex deputado, pois o mesmo acabou optando por renunciar seu cargo (afim de que, se não tivesse feito isso, no futuro seria prejudicado na sua carreira política). Ora, o filhinho de papai pensou no futuro, claro. Assim, vai ser julgado como cidadão comum, sem foro privilegiado. Mas para quem tem dinheiro, né? Alguma pena mais simples, com toda certeza, lhe será concedida. Talvez um serviço comunitário. Assim, cada um tira as suas próprias conclusões sobre mais um caso que, provavelmente, não dará em nada.








Izadora Castilhos Motta.

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