terça-feira, 7 de julho de 2009

A Espetacularização dos Casos Policiais

Um programa que se destaca na área de casos policiais e com repercussão nacional é o Linha Direta da rede Globo. Baseado na reconstituição de casos policiais não-resolvidos e as apurações jornalísticas sobre estes, o programa mistura informação, entretenimento, com boa dose de sensacionalismo, criando estereótipos em suas narrações do mocinho e do bandido, do criminoso e da vítima, visando causar maior impacto para o telespectador. Nesse contexto, o reino das emoções é apresentado como espetáculo, a pessoa que acompanha o programa vive as emoções encenadas contagiada por todo aquele cenário de tensão, (uma narração enfática do apresentador - carregada de emoção - misturada a um fundo musical de suspense). Surgido em 1999, desde o início o programa demonstrou grande apelo dramático junto à apresentação no conteúdo jornalístico, contendo simulações exageradas em que se enfatizavam os estereótipos acima citados, dando um ar de suspense durante as simulações típico de um filme de ação, em que as pessoas são colocadas como “personagens”, em que o público torce para que haja uma resolução do caso, “justiça seja feita”, e para que tudo “termine bem”. A morte é trazida como o ápice da maldade humana, sendo ofertada como principal bem simbólico ao consumo dos telespectadores, que embebidos e chocados com os crimes relatados e simulados se deixam levar por esse jogo de emoções criado pelo sensacionalismo. Os casos geralmente se constituem de uma trama semelhante, destacando-se temáticas como: vingança, inveja, conspiração enfim toda e qualquer forma de violência, em que marido mata a mulher, o namorado rejeitado por vingança assassina o “objeto de seu desejo”... O Linha Direta faz a narração dos casos policiais misturando dramaturgia, jornalismo e espetáculo, e isso o transforma em um objeto passível de várias interpretações e críticas, pois é importante lembrar que se usam do drama real das pessoas para realizar a sua “espetacularização” e fisgar o público telespectador, motivo para o qual realizam todo o espetáculo.











Andréia Vogel

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